Repercursão dos atentados contra os Três Poderes

Os atos terroristas e antidemocráticos do dia 08 de janeiro repercutiram negativamente também na economia brasileira. A análise é do economista Otto Nogami, entrevistado do programa A Hora e a Vez da Pequena Empresa.

Para Nogami, o incidente estabelece um parâmetro sobre o futuro do Brasil e um marco para aquilo que o novo governo pode fazer em termos de resgatar a estabilidade social e, principalmente, econômica. “Nós sabemos que nos últimos quatro anos a atividade econômica se fragilizou. O setor industrial foi penalizado de uma maneira muito forte, levando aos altos indicadores de desemprego e queda da produtividade. As ocorrências em Brasília no dia 08 é um alerta para as preocupações futuras do governo para resgatar a estabilidade social”.

“Para o capital estrangeiro, a atitude um dia após as ocorrências em Brasília sinaliza ao mercado que o Brasil continua sendo um país confiável”

A pronta resposta do governo em se mobilizar reunindo-se com governadores e ministros logo no dia seguinte aos atos terroristas e antidemocráticos, trouxe certa tranquilidade ao mercado às vias de uma possível recessão mundial. “Para o capital estrangeiro, a atitude um dia após as ocorrências em Brasília sinaliza ao mercado que o Brasil continua sendo um país confiável”, explica Nogami.

O economista ressalta a resiliência da economia brasileira, que apesar das crises consegue se restabelecer. “O que nós assistimos foi o movimento extremista que não reflete o país como um todo. Saímos desse lamentável incidente mais fortalecidos no Executivo, no Legislativo e no Judiciário em defesa da democracia e das Instituições como um todo”.

Sobre a possibilidade de recessão mundial, Nogami acredita que o Brasil possa se beneficiar com o fluxo de capital mundial fugitivo das altas dos juros e do combate à inflação. “Entre as economias emergentes, o Brasil é que apresenta as melhores condições em termos de oportunidades”.

“O papel importante do Executivo na reaproximação com o mundo externo, com os antigos parceiros comerciais, permite a neutralização dos efeitos maléficos recessivos que poderão afetar a nossa economia”, esclarece Nogami ao fim de sua entrevista.

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